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RH – Cada vez menos “R”, cada vez mais “H”

Com o avanço da tecnologia e desenvolvimento de uma sociedade mais empática, as empresas tendem a tratar seus colaboradores de maneira cada vez mais humana. Entenda!

Um recurso pode ser um programa, uma tecnologia, uma máquina ou até um documento, um recurso é uma ferramenta meio para alcançar um fim. Quando humanos viram recursos existe um processo de desumanização já que estes viram apenas um mecanismo para se alcançar um objetivo, no caso do RH, um objetivo empresarial.

Começando por uma linha do tempo: primeiro a sociedade, em sua maioria, absorvia jornadas de trabalho extremamente exaustivas e via no trabalho a única forma de viver e assim era, pois sem trabalho, as pessoas morreriam de fome. As cargas horárias eram abusivas e não existia uma CLT que ofertasse mínimos Direitos aos trabalhadores. Antigamente, se trabalhava para viver e vivia para se trabalhar.

A situação era tão absurda que um avanço da tecnologia e a criação de algumas primeiras máquinas que substituíram parte da mão de obra das indústrias causou grande revolta na classe operária, que viu em uma máquina, incapaz de pensar e lidar com diferentes situações, uma grande vilã que causaria desemprego e fome para muita gente. Esse movimento ficou conhecido como movimento ludista.

Pausa para reflexão: se alguém hoje me trouxesse um robô que tornasse automático todo o meu trabalho, sem que eu precisasse me esforçar ou gastar tempo, certamente eu iria beber uma cerveja e comemorar. Depois de comemorar, iria buscar outra coisa que eu pudesse fazer em que eu fosse capaz de contribuir com o desenvolvimento de um mundo melhor e também ser remunerado por isso.

Pasmem, eu só estou nessa situação porque trabalho em um negócio familiar e sendo assim, as automações e o uso da tecnologia serão sempre benéficos e vão sempre me trazer bem-estar. Eu sou um pouco dono da empresa que eu trabalho e acredito que assim deveria ser com todo mundo. Mas não é! Na maioria das empresas, quando um trabalho é automatizado, alguém perde o emprego.

Um dos problemas é que ainda hoje as pessoas são vistas simplesmente como recursos para que as empresas ganhem dinheiro e isso faz com que melhorias de processos causem medo aos colaboradores. Medo de perder o emprego e não poder pagar a escola dos filhos, não poder viajar, fazer o que quiser… E de fato, é isso que acontece.

Culturalmente, vivemos uma dinâmica de acúmulo de dinheiro e em qualquer empresa, seja mais ou menos humanizada, maximizar os lucros é um objetivo ao qual um dos caminhos é a redução de custos. Neste caso a redução de custos é realizada com a demissão de funcionários.

Pausa para a segunda reflexão: se com processos automatizados, as empresas demitem funcionários, assim conseguem ter menos custos e um resultado maior. O resultado é maior, mas é maior para os donos das empresas, o que acaba criando uma tendência de concentração de renda e desemprego na sociedade.

Lá no início do texto, quando citei o movimento ludista, em que os trabalhadores enxergaram as máquinas como verdadeiros inimigos, pareceu meio louco né? Quem em sã consciência vai ver uma máquina como inimigo causador do desemprego?

Pois é, cá estamos nós, novamente em uma situação onde a tecnologia tende a acabar com milhares de empregos. Segundo uma pesquisa do Instituto McKinsey, a automação irá acabar com 800 milhões de empregos até 2030 e em 60% dos trabalhos, até ⅓ das atividades podem ser automatizadas.

O que fazer então? Já sabemos pela história que a concentração de renda não é benéfico para ninguém. O desemprego em massa também não é benéfico para ninguém.

Existem alguns caminhos que podem ser tomados para que a sociedade lide da melhor maneira possível com a Inteligência Artificial. Na sua organização, como se dá a relação entre colaboradores e empresa? Seus colaboradores são Recursos ou são Humanos?

Colaboradores que são apenas Recursos podem ser facilmente substituídos por máquinas e programações que façam com que determinadas atividades sejam realizadas com maior velocidade e qualidade. Atividades operacionais tendem a ser substituídas por inteligência artificial.

Colaboradores que são humanos não. O que diferencia um Ser Humano de uma Máquina? Na minha concepção é a capacidade de pensar futuramente, se planejar e lidar com as constantes diferenças que surgem ao decorrer da vida.

Por isso, as empresas tendem a ter um RH cada vez enxergando a equipe de uma empresa menos como Recurso e olhando mais para cada colaborador em sua particularidade de Ser Humano. O operacional será substituído, não sei se em 5, 10 ou 15 anos, mas é uma questão de tempo. O pensar humano não.

Você ainda tem dúvida disso? Veja as características do Profissional do Futuro listadas pela ONU:

Flexibilidade cognitiva: habilidade de pensar em várias formas para resolução do mesmo problema, em outras palavras: pensar fora da caixa.

Negociação: a habilidade de negociar será cada vez mais importante no ambiente de trabalho, seja com clientes ou gestores.

Orientação para servir: atender melhor os clientes e ajudar o próximo no trabalho são pontos a serem preenchidos com essa habilidade.

Julgamento e tomada de decisões: justamente por não ser uma máquina, nós seres humanos, mais do que nunca, vamos ter a responsabilidade de tomar decisões.

Inteligência emocional: essa é uma habilidade mais psicológica de saber lidar consigo mesmo e com os outros que estão ao redor no ambiente de trabalho.

Coordenação com os outros: em outras palavras, é o bom relacionamento interpessoal, onde existe uma boa capacidade de realização de trabalhos em equipe.

Gestão de Pessoas: saber motivar equipes e cuidar das pessoas da empresa visando manter um bom clima organizacional é uma habilidade importante para o futuro

Criatividade: para construir coisas novas, que fogem dos padrões e poder gerar valor diferenciado a terceiros.

Pensamento Crítico: a capacidade de estar atento ao que acontece de maneira crítica, enxergando possibilidades de melhoria a todo instante.

Resolução de problemas complexos: essa habilidade na verdade pode ser conquistada com a junção da criatividade com o pensamento crítico, onde você pode identificar problemas e criar soluções para resolvê-los.

É possível enxergar que são habilidades muito mais relacionadas a comportamento e atitude do que habilidades técnicas. Já ouvi muitas vezes a seguinte frase “se contrata por habilidade técnica e se demite por comportamento”. Parece que no futuro, não será bem assim.

O mais importante é que a sociedade tem que aprender a lidar com essa transformação tecnológica e saber que a automação de um processo é algo totalmente benéfico para as pessoas e deve trazer qualidade de vida e não medo.

Agora, entender isso é um caminho que depende muito da educação que uma sociedade tem: é uma sociedade que vai ter como objetivos: concentração de renda e demissão ou distribuição de renda e empregos com menor carga horária?

É possível sim, trabalhar menos e ganhar mais com a tecnologia, veja alguns exemplos de países que já estão adotando cargas horárias de trabalho reduzidas, sem prejudicar o salário de ninguém:

Holanda

Horas trabalhadas por semana: 29,2

Salário mensal: R$17.155,00

Dinamarca

Horas trabalhadas por semana: 32,4

Salário mensal: R$21.488,00

Alemanha

Horas trabalhadas por semana: 34,4

Salário mensal: R$14.476,00

Suíça

Horas trabalhadas por semana: 34,4

Salário mensal: R$27.800,00

Irlanda

Horas trabalhadas por semana: 34,9

Salário mensal: R$17.287,00

*Dados da OCDE em 2017

Está vendo só? Não dá pra dizer que quem trabalha muito tempo ganha mais…

Claro que países que já estão pagando salários bons para cargas horárias reduzidas tendem a ter índices de escolaridade mais altos, economia mais desenvolvida e um nível menor de desigualdade. Com isso, a oferta de mão de obra para trabalhos operacionais (menos valorizados financeiramente, como garçom ou recepcionista) é menor. Mas esse momento vai chegar para países ainda subdesenvolvidos, é uma questão de tempo.

A grande virada de chave é entender e enxergar que as organizações do futuro terão colaboradores que vão executar funções mais estratégicas e com habilidades mais humanas de se relacionar, ter mais empatia e criatividade para inovar. E um grande ponto de mudança será quando todas as empresas entenderem a importância dos seus colaboradores, vendo em seus times Humanos e não Recursos.

Na sua empresa, de que forma os seus colaboradores são tratados? A sua empresa oferta um bom pacote de benefícios? Todos os colaboradores são valorizados e tratados com respeito e igualdade? Todos nós temos que dar exemplo na construção de um mundo melhor!

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